A autora, Odete Costa Semedo, e a Editorial Novembro convidam para o lançamento do livro (In)Confidências, a ter lugar no dia 2 de fevereiro de 2024, sexta-feira, no Centro Cultural Franco Bissau-Guineense, pelas 18H30.
Sobre o livro e a autora DIZ-NOS INOCÊNCIA MATA, no prefácio à esta obra, que: Na presente colectânea poética de Odete Costa Semedo, que reúne mais de centena e meia de poemas, a escrita exibe o elogio de uma heróica resistência individual (cultural, física, psicológica), de que o silêncio parece ser a maior inibição (e, neste contexto, o sujeito parece erigir-se a representação metonímica do género feminino), mas também resistência colectiva: o chão, a terra, a pátria, a África – “Vós que vistes a África que há em mim” (p. 12), diz a poetisa no seu poema libatório, para, mais adiante, aprofundar, alargando, essa reivindicação identitária à comunidade afro-diaspórica… “Eu que vim de todas as partes da África/eu que parti mar fora/ eu que parti e não voltei/ eu que parti para fugir da fome” (p. 172). E as quatro partes (…) vão destecendo uma articulação entre a expressividade lírica e a enunciação épica. E esta construção estética destes poemas é reforçada pela estruturação formal, e a sua temática, do longo poema “Libação”, mas também no macro-poema “Liberdade absoluta”, celebrando o plurilinguismo como o ideal da condição humana. Este é um livro sereno, quase inconfidente, em que Odete Costa Semedo, exibindo as marcas de uma viagem escritural, deambulou, buscando sempre interpretar o chão da Guiné e seus manes e irãs através das suas próprias experiências…
Nas suas notas sobre (In)Confidências, ROBERTA ALVES NOS CONTA QUE “Odete Costa Semedo… utiliza sua própria voz para representar tantas outras de ontem e de agora com a indiscrição de quem nos conta segredos bem escondidos. Odete Costa Semedo, em seu novo livro, (In)confidências, nos declara sua forte conexão com a natureza, com sua terra, nos pedindo permissão para que possa nos “contar a sua história”. Prenhe de gentileza, suavidade e de força, que lhe são peculiares, estabelece diálogos diretos com o cotidiano, a sua tradição, a sua ancestralidade, a feminilidade e com a maternidade. Espelhando um sorriso largo cúmplice daquilo que a “alma retrata”, seus poemas desvelam-na como leitora que bebeu de tantas fontes e tantas experiências. Enquanto poeta, a dor transbordante nos permite o trânsito por tantos chãos. Revisita mnemonicamente sua história e de seu povo para construir, com suas palavras repletas de esperança, uma nova história. Sua palavra é grávida e sedenta, sempre em busca de algo que, em suas próprias palavras: “Talvez se encontre nas entranhas da terra ou nas profundezas do mar”.
Este lançamento conta com o patrocínio do CCFBG, da Embaixada da França na Guiné-Bissau, das empresas Orange e Ecobank.